Qual a relação entre perda auditiva e demência?

 

O mundo está envelhecendo rapidamente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 2015 e 2050, a população com mais de 60 anos de idade passará de 900 milhões para 2 bilhões de pessoas. A perda auditiva é a terceira condição de saúde crônica mais comum que os idosos enfrentam e, se espera que sua prevalência aumente à medida que o envelhecimento da população continue crescendo.

 

A perda auditiva provoca mudanças no funcionamento do cérebro, tanto em áreas auditivas quanto em áreas não auditivas, além do isolamento familiar e social, devido prejuízos na comunicação. A privação sonora pode acelerar a perda de massa encefálica mais rapidamente em comparação com os idosos com audição normal. A diminuição dos estímulos auditivos afeta não só as áreas responsáveis pelo processamento sonoro e de linguagem mas o cérebro como um todo.

 

Quando alguém perde a audição, deixa de receber os estímulos auditivos, não só a fala, mas todos os sons do ambientais como o canto dos pássaros, o ruído da água da torneira, a seta do carro, o barulho do vento e da chova e dos passos de outras pessoas. Desta forma, a falta de estímulo trazida pela privação sensorial é um dos fatores que aumenta o risco de um indivíduo desenvolver demência.

Além de pensarmos na intervenção de uma pessoa com perda, precisamos trabalhar na prevenção e colaboração familiar. Inserir a avaliação audiológica como rotina dos exames de saúde é uma boa estratégia para diagnosticar a perda auditiva logo no início, e desta forma intervir o quanto antes para que não fique em privação auditiva e desta forma tenha os prejuízos em sua qualidade de vida.

 

A família também tem papel fundamental nesse processo, pois precisa compreender as dificuldades de comunicação causada pela perda auditiva e incentivar e acompanhar o paciente no tratamento, desta forma a pessoa com perda se sentirá mais motivada para fazer todo tratamento.

 

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